Não se sabe quando começou a ocupação territorial da Península Ibérica, mas é comummente aceite que os primeiros povos procuraram ocupar os sítios que se lhes apresentaram mais favoráveis que lhes permitissem pescar ou caçar que tivessem cavernas para abrigo.
Foi assim que no século II A.C., os romanos vieram encontrar, nas imediações, de Santa Catarina, os lusitanos, gente que se abrigava nas escarpas da serra dos Candeeiros e noutros montes das serranias de Alcobaça. As armas desses trogloditas (assim se chamam os homens das cavernas) eram de pedra e foi com os invasores que vieram a conhecer o ferro e a arte de manejar as armas.
Segue-se a invasão de outros povos vindos do Norte, como os Normandos. Mais tarde entram na Península os Árabes que vencendo o rei D. Rodrigo ao sul da actual Espanha, no ano de 711 se instalaram nesta região deixando longos vestígios do seu domínio, especialmente na toponímia.
A população, porém, era demasiado afetada pela lepra, peste e outras doenças, e até à vinda dos monges de S. Bernardo para Alcobaça, já no reinado de D. Afonso Henrique, não foi grande o progresso verificado.
Diz a lenda que o primeiro rei de Portugal doou parte das terras da região de Alcobaça a S. Bernardo, em cumprimento da promessa feita aquando da conquista de Santarém.
Os monges de Alcobaça, além da sua atividade religiosa e cultural, abriram as aulas públicas e nelas, além de Teologia e Humanidades, ensinaram técnicas agrícolas já experimentadas para lá dos Pirenéus, graças ás quais arrotearam as terras, secaram pauis, introduziram culturas adequadas a cada terreno e organizaram explorações ou quintas, criando praticamente a partir do nada uma região agrícola que se manteve até aos nossos dias como uma das mais produtivas de Portugal. Além disso influenciaram a fundo economia de produção e de trocas, edificaram granjas perto das estradas e encruzilhadas, organizaram transportes e vendas, estudaram a maneira de conservarem os seus produtos para não se deteriorarem.
Praticaram intensamente a gestão directa, usaram o trabalho manual dos frades conversos, e desenvolveram uma acção colonizadora notável ao entregar aos colonos as terras por explorar mediante uma série de contrapartidas, nomeadamente a entrega de uma percentagem fixa da produção agrícola. De um modo geral, o Mosteiro fornecia também aos colonos algum material de apoio para as suas explorações agrícolas como sejam as sementes a utilizar e até a madeira para a construção das suas habitações.
Com a incorporação desta região, pelos Monges de Alcobaça nos coutos do Mosteiro, foi-lhe concedido o seu primeiro foral, assim a 4 de Fevereiro de 1345 (era hispânica que se traduz por 1307), Frei João Martins, abade de Alcobaça, atribuiu Carta de Foro ao que se passou então a denominar de Couto de Santa Catarina.
Guiada pela mão agricultora dos frades, a região foi-se desenvolvendo até que em 1 de Outubro de 1514 (embora os estudos mais antigos apontassem para 1518), EL Rei D. Manuel I, em Lisboa concedeu-lhe a carta de foral, ficando assim terra autónoma, fora da alçada da Real Abadia de S. Bernardo, elegendo os seus magistrados e procuradores. São desta altura a "forca" e o "pelourinho" onde eram aplicados os castigos.
A vila ganhou bastante importância, e um cavaleiro de EL Rei de nome Johan Reiz Português, mandou construir uma capela onde quis ser sepultado, como se verifica na lápide que cobre o seu túmulo do sagrado coração de Jesus.
Por volta de 1750 e graças a escritos do pároco da altura, Sr. Padre de Azevedo Lima, temos a informação que a freguesia de Santa Catarina tinha uma razoável extensão territorial que abrangia o lugar de Nossa Senhora da Anunciação (hoje Benedita), o lugar de Nossa Senhora das Mercês (hoje Carvalhal Benfeito) e ainda grande parte dos lugares que hoje pertencem à freguesia de Alvorninha.
Em 21 de Maio de 1896, a freguesia de Santa Catarina foi anexada ao concelho de Alcobaça, passando depois a integrar o concelho de Caldas da Rainha (1898). Eclesiásticamente, Santa Catarina foi um curato da apresentação dos fregueses, sendo a única vila dos coutos de Alcobaça que não estava subordinada ao mosteiro.
Em 1910, após a instauração da Republica, um desaguisado entre uma facção de republicanos encabeçado por um professor e a facção monárquica encabeçada pelo pároco, levou a que a escola de Santa Catarina fosse atacada, sendo-lhe partido vidros de uma janela, em consequência de tais atos, foi ocupada durante dois dias por uma força militar comandada por um “brioso e ilustrado” tenente, a força veio de Aveiro para Caldas e depois para a vila por uns “15 quilómetros ou mais, subindo e descendo outeiros, por caminhos e veredas terríveis”